quinta-feira, 24 de setembro de 2009

De que valem os tapas de luva figurados?
Face os golpes de mão nuas literais
De que vale a elegância,
essa forma pertinente de existir,
quando o obrigatoriamente gratuito
torna-se mero gratuitamente obrigatório?
aí tanto faz,
entre o que é feito porque se gosta,
e o que se gosta por que é feito...
O que se pode fazer é guardar aninhado entre os braços
esse ovo cheio de nada que é o amor
protegido uma casca feita de cuidado e reconhecimento
Pode ser que ele dure.
o que suporta ao tempo
há de o acompanhar
o que vem a ser, segue
segue a vida
Pode ser que não dure.
Há os que queiram ser
e ficar é a natureza do que é
ficam as lembranças
que carregam em sua face o preço de não ter compreendido o devir
o ritmo em que caminha o tempo
É possível que o tempo não tenha um companheiro
Mas ele prossegue sozinho
Por mais que tenha ensinado-nos a andar
Jamais precisará de bengala

2 comentários:

  1. Poemas leves, criativos e de um refinado senso estético!

    ResponderExcluir
  2. Delicia!

    Lembrei daquela musica interpretada pela Nana Caymi, Resposta ao tempo.
    Parabéns.
    Estou te seguindo, não quero te perder de vista.

    abraços

    Adriana Chalela Curdoglo

    ResponderExcluir