sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Divagar, divagar, divagar... devagar...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

De que valem os tapas de luva figurados?
Face os golpes de mão nuas literais
De que vale a elegância,
essa forma pertinente de existir,
quando o obrigatoriamente gratuito
torna-se mero gratuitamente obrigatório?
aí tanto faz,
entre o que é feito porque se gosta,
e o que se gosta por que é feito...
O que se pode fazer é guardar aninhado entre os braços
esse ovo cheio de nada que é o amor
protegido uma casca feita de cuidado e reconhecimento
Pode ser que ele dure.
o que suporta ao tempo
há de o acompanhar
o que vem a ser, segue
segue a vida
Pode ser que não dure.
Há os que queiram ser
e ficar é a natureza do que é
ficam as lembranças
que carregam em sua face o preço de não ter compreendido o devir
o ritmo em que caminha o tempo
É possível que o tempo não tenha um companheiro
Mas ele prossegue sozinho
Por mais que tenha ensinado-nos a andar
Jamais precisará de bengala

sábado, 1 de agosto de 2009

Ela é linda
e é linda porque sangra
também fere
também sangra
e faz-se a marca
que delineia nos corpos
os contornos do amor
Alma não tem língua
pois a vida não tem gosto
A vida tem dor
afetados são os viventes
livres desse sonho infantil e adulto demais
de vida insípida
Vida sem serenidade
é garimpar
com uma peneira grossa demais

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Não se irrite você
com o que pode encontrar
em meu olhar perdido
os olhos podem perder-se
pois no peito
há certeza
desconhece o vacilo
o coração se encontrou
chama os olhos para dentro
quer mostrar seu sorriso

sábado, 25 de abril de 2009

A cada dia nosso
A cada gesto seu
Brota do amontoado de especulações sobre a vida,
guardadas no quarto em que guardo tranqueiras,
um ramo de vida
e ele sai pelas frestas da porta
a florir toda a casa
antes que eu saia para a rua
deixa sobre meus cabelos
algumas flores
que me acompanham
perfumando o caminho
lá fora
fora do nosso mundo
e essas flores meio anjos da guarda
meio fotografias três por quatro da carteira que eu não tenho
Me lembram que há sim alguém
que está lá, como eu, de peito aberto
e que mais à noite quando voltar
num abraço, dessa maneira
nossos corações poderão se tocar

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O ruim não necessariamente está errado
Para ser ruim
não carece necessidade
é coisa da língua
não da cabeça
e para isso temos
o consolo
para convencer as almas contrariadas
pois as explicações só convencem teorias
se faz necessário ter algo
em que se segurar
e o tempo
até onde se sabe
não tem rabo